(Publicado em 07/07/2023)
Então, é isso mesmo. Fernando Diniz é o técnico da Seleção. Mas, como numa comédia louca, a CBF mantém a ladainha: quer porque quer Carlo Ancelotti, embora o técnico do Real Madrid nunca tenha dito com todas as letras que deseja comandar o time do Brasil – está feliz na Espanha, onde aparece pro “mundo europeu”, planeta que verdadeiramente interessa a ele.
Diniz aceitou o cargo, provavelmente apoiado no próprio taco (se o Brasil ganhar todos os sete jogos que vai disputar sob sua batuta, por que tirá-lo do comando?) e apostando que, dentro de um ano, todos terão se esquecido de Ancelotti.
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, que passou 7 meses atrás do italiano Ancelotti e deixou a Seleção sem técnico, deixa aberta a possibilidade de continuar com Diniz após um ano de trabalho. Mas neste período, o treinador brasileiro vai trabalhar na Seleção e no Fluminense, time do qual é o atual comandante. A pergunta é inevitável: se o Flu estiver disputando uma classificação ou um jogo fundamental nas competições de que participa, Diniz vai convocar um jogador importante do time carioca? Ora, que se dane o conflito de interesses! O que importa é dirigir a Seleção, aliás, “uma honra”, como disse o técnico brasileiro em sua apresentação à imprensa.
Diniz se esquece de algo fundamental: se já é difícil implantar seu sistema de jogo treinando diariamente no clube, como fará para treinar episodicamente os atletas da Seleção, praticamente todos atuando no exterior e em países diferentes? Vai treinar por aplicativo? E tem mais: seu modelo tático, suas estratégias e visão do futebol são muito distantes das de Carlo Ancelotti. Se o italiano vier mesmo, começará do zero?
Ednaldo Rodrigues, ungido à presidência da CBF pelas mãos de Marco Polo Del Nero (sim, aquele mesmo, banido do futebol por 20 anos por causa de falcatruas múltiplas), precisa “ganhar” a Copa do Mundo, em 2026, e tentar permanecer no poder após abril de 2027, quando termina seu mandato. Desesperado e com seu DNA atuando em silêncio, abandona o planejamento e faz qualquer negócio.
Os torcedores? Ora, que se virem pra torcer por alguma seleção que jogue o futebol-arte que abandonamos já há algum tempo. ⚽