O tempo escorre, a democracia é atacada por terroristas bolsonaristas, e o mundo do futebol se mantém em silêncio. Ninguém se pronuncia, quase nenhum jogador se manifesta, o presidente da CBF identifica quem está forte no poder.
Depois dos ataques aos prédios do Congresso, do STF e do Palácio do Planalto, no último dia 08, em Brasília, Ednaldo Rodrigues soltou uma nota de apoio à democracia. Mas, é bom lembrar, só fez isso porque foi pressionado – centenas de pessoas usaram a camisa da Seleção, associando a “amarelinha” ao terror bolsonarista.
Esperto, Ednaldo percebeu que tinha de falar alguma coisa. E falou que a camisa da Seleção existe para unir as pessoas, e não dividi-las. Que lindo, Ednaldo!
Com instinto aguçado de sobrevivência, percebeu também que a onda antibolsonarista só cresce, e o presidente Lula ganhou apoio aqui e fora do país – melhor se alinhar a quem está mandando. O presidente da CBF gosta de surfar ondas grandes.
Ednaldo, que mistura sim futebol e política quando lhe convém, devia colocar a cabeça pra funcionar e descobrir por que não está conseguindo contratar um técnico para a Seleção Brasileira – a Copa do Mundo acabou faz um mês, Tite virou passado, e até agora não temos um treinador.
Em março, o Brasil vai fazer pelo menos um amistoso, mas ninguém sabe quem estará sentado no banco. Já se sonhou com Carlo Ancelotti, com Pep Guardiola e José Mourinho – que, aliás, teria sido convidado e dito “não, muito obrigado”.
O que será que está acontecendo? Por que os grandes técnicos estrangeiros, que trabalham fora do Brasil, não querem vir pra cá? Grana não falta, sabemos, porque a CBF é riquíssima. Será que a nossa imagem como nação mudou completamente por causa dos últimos 4 anos? Ou será apenas por que os melhores técnicos estrangeiros perceberam que o nosso futebol é uma verdadeira esculhambação?