Cavani e Romero celebram a classificação do Boca, ontem, no estádio do Palmeiras
O Boca Juniors chegou à final da Libertadores sem ganhar um só jogo eliminatório – foram seis empates e a classificação nos pênaltis. Mas chegou. A camisa assusta os adversários, é verdade, mas só camisa não ganha jogo. Há bons jogadores no time, a começar pelo goleiro Sergio Romero, de 36 anos. Cavani, que não é o mesmo há alguns anos, ainda sabe atacar. Não vinha marcando gols, mas ontem deixou o seu no empate com o Palmeiras.
O Boca ficou com dez jogadores aos 21 minutos do 2º tempo. Se, antes, não queria jogar, depois da expulsão de Rojo, seu capitão, abusou do chamado “antijogo” – nada incomum por estas paragens sul-americanas. Seus jogadores caíam rolando de dor e, segundos depois, estavam de pé; faziam cera ao bater uma falta ou o tiro de meta, etc., etc.. Os palmeirenses, como quase todos os times brasileiros que os enfrentaram em decisões, se irritaram e sucumbiram. Não tiveram a cabeça fria, mantra sugerido por Abel Ferreira. O técnico português, aliás, também não mostrou serenidade após a eliminação – optou por criticar os repórteres pelas perguntas feitas. O arrogante Abel preferia não estar sentado ali.
Se o Boca derrotar o Fluminense na final, dia 04 de novembro, no Maracanã, será uma das maiores derrotas do futebol bem jogado. O tricolor das Laranjeiras merece o título por apresentar beleza, disciplina tática e garra, embora esta às vezes suma entre seus jogadores. Mas, para ser campeão, o Flu de Fernando Diniz e German Cano vai precisar muito mais de garra do que de beleza e obediência tática. A camisa do Boca é linda. E assusta os adversários, levando-os a pensar em todas as conquistas anteriores. A fome argentina sempre pareceu maior do que a brasileira.