ZICO, 70

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Sabe o que é, Galo? (Posso te chamar de Galo?) É aquilo que o Ruy Castro escreveu a seu respeito na “Folha” – você transformou sua vida pós-gramados em algo tão espetacular e limpo quanto os 90 minutos de cada jogo com que deliciava duas nações: a rubro-negra e a brasileira.

Assim como o Pelé e poucos outros, você sempre soube da sua importância pra muita gente. Sempre teve a noção exata do que é ser ídolo de milhões de pessoas – velhinhos, maduros, jovens e crianças. Atencioso, cuidadoso, agradecendo a cada ato de carinho na sua direção. Parece pouco, mas não é.

Pra mim, você representou boa parte da alegria que eu buscava na lida do dia-a-dia. Os jogos inesquecíveis no velho e lindo Maracanã eram cores essenciais na minha pintura. Acompanhado de arquibaldos e geraldinos, meu coração explodia de felicidade quando você, Doval, Cláudio Adão, Luizinho, Jaime, Júnior, Júlio César (Uri Geller), Geraldo e tantos outros apareciam no topo da escadaria e entravam no gramado com aquela camisa magnífica, só com o CRF bordado no peito. Eu e os milhares de rubro-negros espremidos no templo do futebol mundial sabíamos que seríamos reis durante 90 minutos – mesmo se perdêssemos o jogo. Vocês “éramos nós”.

Eu te saúdo, Galinho de Quintino, por ter mantido a dignidade e o caráter num mundo tão apodrecido como o do futebol profissional. E te agradeço por todos os momentos inesquecíveis criados pela sua genialidade durante tanto tempo. Você não sabe – não? –, mas é meu amigo íntimo. E de milhões de outros apaixonados. Faz tempo. Felizes setentinha! ⛵

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